Os
petistas e Miriam Leitão têm algo em comum: ambos estão eufóricos
com a nova rodada de privatizações promovida pelo governo Dilma,
que em um dia entregou à iniciativa privada a estrutura portuária
brasileira e boa parte do petróleo nacional, com exceção do Pré-Sal.
Desta vez
o governo petista, que contraria uma vez mais o discuso
antiprivatização com o qual se elegeu, não se importou sequer em
disfarçar a privatização, apelidando-a de "concessão"
ou recorrendo às novas regras alteradas pelo governo Lula: fez uso
do velho modelo normativo para privatização vigente durante o
governo FHC, que tanto criticou e contra o qual se colocou como
alternativa diferenciada.
No
desenrolar dos leilões de petróleo, caiu por terra também o velho
discurso nacionalista que ajudou a eleger o PT: a multinacional Exxon
(EUA) arrematou um bom naco do petróleo brasileiro, assim como a
OGX, do cada vez mais polêmico Eike Batista, que continua a ser
inexplicavelmente subsidiada por cofres públicos, à revelia de seus
monumentais prejuízos recentes e num processo altamente ilustrativo
de que o governo Dilma, a exemplo de seu antecessor tucano, continua
a praticar a privatização à brasileira, ou seja, financiada com
dinheiro público a juros subsidiados.
Enquanto
o governo Dilma continua a entregar o país ao capital privado,
inclusive estrangeiro, agindo de forma exatamente contrária ao que
apregoou que faria no período eleitoral - quando adotou um forte
discurso antiprivatização que ora se confirma, uma vez mais, mero
truque eleitoreiro -, o povo parece sequer se dar conta do que
acontece, narcotizado pelas facilidades de consumo (qualquer
semelhança com o "milagre brasileiro" dos militares não é
mera coincidência), iludido por uma mídia que é odiada pelos
petistas mas que apoia entusiasticamente tais medidas (Wiliam Waack
estava radiante no Jornal da Globo), e alienado por um fla-flu
político entre PSDB e PT que se mostra, cada vez mais, uma disputa
entre semelhantes: um péssimo, o outro menos pior.
(Imagem retirada daqui e manipulada digitalmente de forma a produzir novo sentido semântico)
2 comentários:
Só corrija o final. É menos pior, você escreveu "menor pior".
Corrigido, Eduardo, obrigado.
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