O
“ajuste fiscal” é uma realidade. Quase R$70 bi retirados da
economia para o superávit primário (em língua de gente: pagar
juros a banqueiros).
Serão partilhados
da seguinte maneira: bancos entram com R$ 3 bi (pagos a eles mesmos,
veja que original), sendo que vão recuperar esse montante aumentando
as já exorbitantes tarifas bancárias, as quais caberia ao governo
regulamentar.
Por
sua vez, os trabalhadores – que no Brasil são muito mais ricos do
que banqueiros, como sabemos - entram com R$66,9 bi (só 23 vezes
mais). O resultado será mais aumento de imposto, desemprego,
falências, sucateamento ainda maior de Saúde, Educação e estradas
federais.
Além
disso, em mais uma demonstração da prioridade à Educação
(afinal, esta é a Pátria Educadora) quase 20% do orçamento da área
foram cortados, passando de R$48,8 bi para R$39,2 bi. Traduzindo o
economês: vão acabar de sucatear as universidades federais, onde já anda
faltando até papel higiênico, e os professores vão para o quinto
ano sem aumento.
Já
na Saúde, o corte será ainda maior - já que é área de excelência
em nosso país -, reduzindo os R$103 bi originalmente orçados para
R$91 bi agora. O resultado será o aumento do lucro das funerárias e
dos planos de saúde mais picaretas.
Mas
esses efeitos penosos do tal do ajuste são só para as pessoas
comuns. Se você é um dos 39 ministros da Dilma, parlamentar, aspone
do governo federal ou do Congresso ou atua nos altos escalões da
Justiça (sic) não precisa se preocupar: além do salário de cinco
dígitos que recebe, já há aumentos agendados. Afinal, dinheiro é
o que não falta.
Não
se pode, evidentemente, acusar o governo petista de Dilma de incoerência. Pois
ela está fazendo exatamente aquilo que, na campanha, prometeu que
Aécio e Marina fariam: tirar a comida da mesa do
brasileiro para satisfazer a fome pecuniária de banqueiros.
Convém ter claro que, em termos de reflexos sociais, os efeitos
do ajuste fiscal são parte de um processo que só começou, tendendo
a se agravar com a efetividade do corte bilionário no Orçamento.
Segundo os mais otimistas, os efeitos duram ao menos mais um ano e
meio – porém, há os que predizem um efeito recessivo mais longo
(mas a 2018 não chega, porque, sendo ano de eleição presidencial,
tem o pacotão de bondades para enganar trouxas....).
O
desemprego recorde de abril - o maior em 23 anos -, o número de
pequenos comércios fechando e a quantidade visível de imóveis para
alugar são apenas o primeiro indício concreto, pré-corte no
Orçamento, de um cenário socioeconômico nada auspicioso para os
trabalhadores e para a população brasileira em geral.
E
depois de tudo isso ainda tem gente que jura que o PT é um partido
de esquerda.
(Imagem retirada daqui)
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