Um dos efeitos mais
bizarros da difusão das redes sociais é que tem especialistas,
profissionais reconhecidos e gente com reputação de séria para
respaldar virtualmente qualquer opinião, em qualquer disciplina.
Se aquela ideia do
Swift de matar crianças de rua para fazer salsicha com a carne delas
e acabar com a fome no mundo for lançada no Facebook ou no Twitter,
aposto que vão aparecer nutricionistas e sociólogos com projeção
nacional para respaldá-la.
E, na dinâmica atual
das redes, em que - como várias pesquisas mostram - as pessoas
tendem a se juntar em grupos com interesses e ideologias afins, o
resultado é que praticamente qualquer posição, por mais esdrúxula
e insustentável que seja, acaba corroborada por opiniões de peso.
Em última análise,o
efeito é que muitos tornam-se convictos de sua posição - e da
legitimidade desta, a despeito de critérios objetivos de validação.
Durante os anos 90,
antes da web 2.0, disseminou-se o prognóstico de que a internet
diminuiria significadamente o prestígio e a função social dos
especialistas. Talvez esteja acontecendo o oposto: eles se tornaram
onipresentes, independente de posicionarem-se com a maioria ou com
grupelhos.
Desnecessário apontar
que, em um cenário político de polarização extrema, tal processo
atinge o paroxismo - e com resultados os mais nefastos.
(Imagem retirada daqui)
Nenhum comentário:
Postar um comentário