O papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de Fernando Collor para presidente da Comissão de Infrae$trutura do Senado (responsável por analisar, entre outros itens, os projetos do PAC), sua ostensiva recusa em agir em prol da candidatura da senadora petista Ideli Salvatti, preferindo afagar o PMDB de Sarney e de Renan Calheiros em troca da promessa de dividendos eleitorais no Nordeste na próxima eleição presidencial, torna urgente a reflexão acerca dos limites da realpolitik que caracteriza o modo lulista de fazer política.
Afinal, a senadora catarinense, uma das mais aguerridas vozes da base governista desde os escândalos do primeiro mandato, foi preterida por um político cujo passado evoca sérios dilemas morais não apenas em relação à honra (e, portanto, à imagem) do próprio presidente Lula, contra quem o então candidato Collor não se esquivou de usar as mais baixas táticas difamatórias – culminando com o “caso Miriam Cordeiro” – mas sobretudo no que concerne ao povo brasileiro. É uma afronta ver um ex-presidente, que, sob fortes indícios de corrupção, não teve sequer a hombridade de enfrentar o processo de impeachment (tendo renunciado antes do julgamento), voltar a usufruir das benesses do poder. Que tal excrescência se dê com a bênção do atual presidente trata-se de algo que, para muitos, se aproxima do escárnio.
Mais de quinze anos separam a renúncia de Collor do presente. Num país desmemoriado e cordial (no sentido buarqueano do termo) como o Brasil, isso equivale a uma eternidade. Tentativas de relativizar seus crimes ou mesmo de inocentá-lo e atribuir o processo que levou ao impeachment a conspirações midiáticas brotaram amiúde, até mesmo da pena de jornalistas bem-intencionados. Porém, os que viveram os desmandos de Collor, tanto os afetados pelo inacreditável e mundialmente inédito confisco monetário (que incluiu contas correntes e poupanças) quanto os que tiveram sua atividade profissional destruída pelo desmanche irresponsável do Estado por ele promovido - como é, destacadamente, o caso do setor cinematográfico – guardam bem vivas na memória as consequências dos atos de um dos mais irresponsáveis, arrogantes e nocivos presidentes que o país já teve. Para esses, a volta triunfal de Color é um insulto e uma afronta.
Afinal, a senadora catarinense, uma das mais aguerridas vozes da base governista desde os escândalos do primeiro mandato, foi preterida por um político cujo passado evoca sérios dilemas morais não apenas em relação à honra (e, portanto, à imagem) do próprio presidente Lula, contra quem o então candidato Collor não se esquivou de usar as mais baixas táticas difamatórias – culminando com o “caso Miriam Cordeiro” – mas sobretudo no que concerne ao povo brasileiro. É uma afronta ver um ex-presidente, que, sob fortes indícios de corrupção, não teve sequer a hombridade de enfrentar o processo de impeachment (tendo renunciado antes do julgamento), voltar a usufruir das benesses do poder. Que tal excrescência se dê com a bênção do atual presidente trata-se de algo que, para muitos, se aproxima do escárnio.
Mais de quinze anos separam a renúncia de Collor do presente. Num país desmemoriado e cordial (no sentido buarqueano do termo) como o Brasil, isso equivale a uma eternidade. Tentativas de relativizar seus crimes ou mesmo de inocentá-lo e atribuir o processo que levou ao impeachment a conspirações midiáticas brotaram amiúde, até mesmo da pena de jornalistas bem-intencionados. Porém, os que viveram os desmandos de Collor, tanto os afetados pelo inacreditável e mundialmente inédito confisco monetário (que incluiu contas correntes e poupanças) quanto os que tiveram sua atividade profissional destruída pelo desmanche irresponsável do Estado por ele promovido - como é, destacadamente, o caso do setor cinematográfico – guardam bem vivas na memória as consequências dos atos de um dos mais irresponsáveis, arrogantes e nocivos presidentes que o país já teve. Para esses, a volta triunfal de Color é um insulto e uma afronta.
Um comentário:
Sim, é um escárnio, uma excrecência, um ultraje
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